.

.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A dor terapia

Facilmente percebemos que as passoas ao passarem pelas mesmas dificuldades agem de maneira diferente. Uns sofrem mais, outros menos.

Conforme o modo que encaramos a vida terrena, podemos suavisar ou aumentar o amargor das provações. À medida que compreendemos os propósitos da vida, adotamos uma postura diferente em relação às dificuldades.

Em vez de nos queixar, agradecemos a Deus os desafios que nos fazem avançar, pois entendemos que as provas têm por fim exercitar a inteligência, tanto quanto a paciência e a resignação.

Mas o que é ser resignado? Não devemos confundir resignação com acomodação.
Quando fizemos tudo o que foi possivel para modificar uma situação e não conseguimos, então só nos resta esperar, confiando em Deus, até sermos merecedores. Isso é resignação.É estabelecer uma relação de paz com a própria história, com a própria realidade. É não lutar contra as condições que, embóra parecam desfavoraveis, fazem parte de um conjunto de recursos criteriosamente ajustados às necessidades espirituais de cada um.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos a sábia recomendação de um espírito Amigo: ´´não vos aflijais, pois, quando sofrerdes``. O que significa que a aflição e a revolta adicionam sofimento ao sofrimento, piorando a situação.

Lacordaire nos alerta que quando o Cristo disse: ´´Bem aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence``, não se refiria de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos que se encontram na terra, quer ocupem tronos , quer jazam sobre a palha. Mas, refiria-se apenas aqueles que sabem sofrer. E saber sofrer é, antes de tudo, compreender as provações.

Emmanuel, também nos ensina que: ´´ Não basta sofrer simplesmente para ascender à gloria espiritual. Indispensável é saber sofrer, extraindo as bençãos de luz que a dor oferece ao coração sequioso de paz``.

A crucificação de Jesus foi um acontecimento que marcou para sempre a humanidade  terrena. No monte denominado Calvário Jesus foi cricificado juntamente com dois ladrões. Cada um dos personagens vivenciou a experiência de uma forma diferente. Omal ladrão, revoltado contra a punição que estava recebendo, pragejava e insultava Jesus. Dimas, o bom ladrão, arrependido dos seus erros, recebia com humildade sua condenação. Apelava a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. Vinícius compara essas três cruzes com as dores do mundo.

A do centro é a dor de amar sem ser amado, nem compreendido. Daquele que cujo crime consistiu em ensinar a Doutrína de amor e bondade. A cruz de Dimas alegoriza a dor do arrependimento, a dor que regenera, que converte e salva. A dor daqueles que cientes das suas imperfeições, enfrentam os sofrimentos e as angustias da existência com resignação e humildade, sem revolta. Aceitando a justiça divina, tiram preciosos ensinamentos das suas provações. No madeiro onde pragejava o mal ladrão, ostenta-se a dor e a  revolta, a dor enfurecida do orgulho vencido, que atribui suas vicissitudes a causas estranhas que não lhe dizem respeito.

Vinícius também compara a dor com o fogo. Seus efeitos podem ser benéficos ou detrutivos. O fogo, na lareira, aquece os lares, dá conforto e bem estar à familia; Na arte culinária, torna os alimentos em condições de serem ingeridos e assimilados.
Mas, o fogo entregue a sí mesmo, sem objetivo definido, sem aplicação inteligente, é o incendio que devasta, destrói e consome. Asim a dor: é benéfica, segundo a maneira que a recebemos e o modo pelo qual a suportamos.



Fonte: Jornal Seara Espírita.

Nenhum comentário: