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domingo, 6 de novembro de 2016

GRATIDÃO



  Josimar  Fracassi


Uma publicação médica da Universidade de Harvard ( Harvard Mental Health Letter) afirma:  “ Existe  uma forte relação entre gratidão  e  felicidade. A gratidão ajuda as pessoas a serem mais positivas, a aproveitar os bons momentos da vida e a lidar melhor com os problemas. Também melhora a saúde e ajuda a construir relacionamentos mais fortes e mais saudáveis.”

Difícil falar sobre esse tema, mas, tentarei fazer uma ligação lógica entre o que diz a ciência e a Religião sobre o assunto, pois na minha opinião Gratidão esta diretamente ligado a espiritualidade, uma vez que sentimento tão nobre, é uma qualidade que só pode ser sentido por um espírito em fase adiantada de evolução; A ciência afirma e a religião se propõe a explicar.

Diz-se de gratidão: A gratidão é o ato de reconhecimento de uma pessoa por alguém, algo ou alguma que lhe prestou um benefício, um auxílio, um favor, uma intervenção etc.

Em um sentido mais amplo, pode ser explicada também como recognição abrangente pelas situações e dádivas que a vida lhe proporcionou e ainda proporciona.

A gratidão é uma emoção, que envolve um sentimento de dívida emotiva em direção de outra pessoa ou algo; frequentemente acompanhado por um desejo de agradecê-lo, ou reciprocar para um favor que fizeram por você. Num contexto religioso, gratidão também pode referir-se a um sentimento de dívida em direção de uma  determinada divindade por alguma forma de auxilio.

E claro que a gratidão não esta simplesmente ligada ao fato de dizermos “Obrigado”, precisamos bem mais do que isso, precisamos ter uma “Atitude, uma conduta de Gratidão”. Assim não vamos achar que as pessoas tem a obrigação de fazer coisas por nós, pois, essa “Atitude ou conduta” também vai nos proteger da inveja e do ressentimento, sentimentos esse  que tiram a nossa paz e a nossa alegria e levam as pessoas a se afastarem.

Além de que, Ser Grato nos traz benefícios físicos, mentais, emocionais e espirituais. Por isso torna-se imprescindível fazermos uso da gratidão no nosso dia a dia, uma vez que além de nos trazer vários benefícios como já mencionei, nos proporciona também um bem estar mental, social e espiritual. Sem falar que moralmente, gratidão combina e se harmoniza perfeitamente com humildade, simplicidade, caridade e solidariedade.

A gratidão a Deus, aos Santos, enfim a todas as divindades é o sentimento mais puro e sagrado para os religiosos de todo o mundo. Devemos sempre ser gratos a quem nos ajudou e nos socorreu em algum período ou momento da nossa vida, principalmente os difíceis. A gratidão é uma das maneiras mais simples - e diretas - para entrarmos em harmonia com as vibrações do alto. Ao expressarmos verdadeiramente nossa gratidão, seja a alguma pessoa específica, seja em oração, sofremos uma mudança de ponto de vista, dando mais atenção ao positivo do que ao negativo, e essa mudança de pensamento faz toda a diferença.

A gratidão, devidamente expressada, gera um sentimento de paz, de alegria e de esperança; Quem a pratica tem que ser com  espontaneidade e de coração, e quem a recebe, tem que ser com humildade e sem pretensão alguma, pois  Chico Xavier já nos dizia que  não devemos cobrar tributos de gratidão". 

A gratidão, segundo Joanna de Ângelis, é resultado de um amadurecimento psicológico. Isso é bem verdade - mas podemos começar a praticar a gratidão agora mesmo, e fazer dela um hábito tão indispensável quanto a higiene diária em nossas vidas.

Sejamos então meus irmãos, maravilhosamente gratos por todas as pessoas que nos fazem ou nos fizeram o bem, por nossos irmãos espirituais que nos auxiliam e nos orientam sob as bençãos do Criador, por todas as coisas boas que possuímos e que vivemos; Sejamos também gratos, como sugere Joanna de Ângelis, por todas as coisas negativas que não nos acontecem, e por último, sejamos também gratos pelas situações difíceis que temos de enfrentar, pois, é através delas que aprendemos, e é através de tais aprendizagens que podemos evoluir mais rapidamente.

                                                                               Abraços fraternais.


                                                                                  O    AUTOR

sábado, 22 de outubro de 2016

RESILIÊNCIA E RESIGNAÇÃO




Por Leonardo Pereira


"O homem que sofre é semelhante a um devedor de grande soma, a quem o credor dissesse: “Se me pagares hoje mesmo a centésima parte, darei quitação do resto e ficarás livre; se não, vou perseguir-te até que pagues o último centavo”. O devedor não ficaria feliz de submeter-se a todas as privações, para se livrar da dívida, pagando somente a centésima parte da mesma? Em vez de queixar-se do credor, não lhe agradeceria? (Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. V - item 12)".

A palavra resignação aparece com bastante frequência em palestras e livros espíritas. Também está presente nas obras básicas de Allan Kardec, especialmente no Evangelho Segundo o Espiritismo ─ Cap. V - “Bem aventurados os Aflitos”.

Esse capítulo aborda, inicialmente, a temática do sofrimento e das provas e expiações e suas origens nesta e noutras existências, causas de muitos de nossos problemas atuais, em vista de nossas escolhas e pela semeadura que fazemos ao longo da nossa esteira reencarnatória. No final, o capítulo aborda o suicídio. Contudo, destacaremos, aqui, o seu item 12 ─ “Motivos de Resignação”.

Resignação

Quando adentramos a Doutrina Espírita, muitas questões perpassam por nossas mentes. Logo nos deparamos com algum expositor nos orientando para sermos resignados. O que seria, então, resignação? Como compreender os dramas que a vida nos propõe, frutos ou não de nossas escolhas? Como proceder para ser considerado um indivíduo resignado?

Muitas vezes, entendemos resignação como aceitação do problema ou da dor, sem buscarmos alívio, respostas ou o entendimento para o que ocorre conosco. E também, principalmente, porque devemos ser resignados, questionando aonde isso vai nos levar.

“A resignação, ou ainda aceitação, na espiritualidade, na conscientização e na psicologia humana, geralmente se refere à experienciar uma situação sem a intenção de mudá-la. A aceitação não exige que a mudança seja possível ou mesmo concebível, nem necessita que a situação seja desejada ou aprovada por aqueles que a aceitam. De fato, a resignação é freqüentemente aconselhada quando uma situação é tanto ruim quanto imutável, ou, quando a mudança só é possível a um grande preço ou risco. [...] Noções de aceitação são proeminentes em muitas fés e práticas de meditação”. Por exemplo, a primeira nobre verdade do Budismo, "a vida é sofrimento", convida as pessoas a aceitarem que o sofrimento é uma parte natural da vida.” ( Wikipédia, a enciclopédia livre).

É justamente esse significado que complica o ensinamento. Se resignação é somente aceitação, sem expectativas de mudanças, ou, mesmo, aceitação pura e simples, fica muito fácil a derrapagem na acomodação, na inércia. É só dizer que “Deus quer assim”, e que nada pode mudar.

Se muitos dos nossos problemas não podem ser mudados nesta existência, podemos, entretanto, pela sua compreensão, mudar a forma de enfrentá-los. Ou aliviamos o tal “sofrer”, passando pela dor, sem lamentação ou reclamação constante (atitude essa, muitas vezes, responsável por mais dor), ou fazemos o problema ou a dor parecerem maior do que realmente são.

No que diz respeito à citação budista ─ “a vida é sofrimento” ─, é válido ressaltar que esse sofrer significa “passar por”, sofrer uma situação de dor. Não recebe, portanto, a conotação de lamentação, desesperação.

A Terra, por ser um mundo de provas e expiações, obviamente não é um paraíso de delicias. Estamos aqui para evoluir. A dor, nesse caso, quase sempre, transforma-se no impulso evolutivo necessário à nossa caminhada. Atrelada à Lei de Ação e Reação, ela nos convida, não raras vezes, ao reajuste, ao resgate de nossos débitos anteriores ou atuais.

Quando temos um problema, a dor que dele resulta é um fato - algo que acontece ou aconteceu. O sofrimento é a nossa resposta a esse fato, a nossa reação diante da dor, do fato, do problema.

É bom lembrar, quanto a isso, que a dor pode vir atrelada ao campo das causas e efeitos, mas o sofrimento é opcional, ou seja, não sofrer no sentido de não se lamentar, não se desesperar, equivalendo dizer, não perder a esperança. Em verdade, isso não nos retira o cadinho da dor, mas sublima os nossos sentimentos em relação ao fato.

“O homem pode abrandar ou aumentar o amargor das suas provas, pela maneira de encarar a vida terrena. Maior é o eu sofrimento, quando o considera mais longo. Ora, aquele que se coloca no ponto de vista da vida espiritual, abrange na sua visão a vida corpórea, como um ponto no infinito, compreendendo a sua brevidade, sabendo que esse momento penoso passa bem depressa [...]”. (ESE - Cap. V, item 13).

Diante desses apontamentos, podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que resignação é dor sem sofrimento, momento em que o individuo, ante a imortalidade da alma, compreende o processo. Não pela subserviência, submissão ou inércia diante dos fatos, mas por uma oportunidade de crescimento que nos impulsiona à busca do melhor para nós e para o momento.

Resiliência

O caro leitor, nessa altura do texto, há de perguntar: - E a tal resiliência?

A resiliência começa justamente quando a dor nos encontra.

“Resiliência (psicologia) - A psicologia tomou essa imagem emprestada da física, definindo resiliência como a capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse, etc. - sem entrar em surto psicológico. Tais conquistas, face essas decisões, propiciam forças na pessoa para enfrentar a adversidade. Assim entendido, pode-se considerar que a resiliência é uma combinação de fatores que propiciam ao ser humano, condições para enfrentar e superar problemas e adversidades [...]”. (Wikipédia, a enciclopédia livre).

Quando o texto acima afirma que a Psicologia tomou emprestado o termo da Física, é porque resiliência é a “[...] Propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação.” (Dic. online Priberam). Já na Medicina o termo se aplica quando um osso fraturado consegue retomar sua forma original. Podemos dizer, assim, que a resiliência se configura quando, diante de problemas, pressões e traumas, conseguimos superar os obstáculos “dando a volta por cima”, como diz popularmente. É a capacidade de organizar, avaliar e retomar o nosso caminho, com a percepção, porém,  de “dor” como fonte de crescimento, e não de sofrimento.

O que, então, nos faz resignados ou resilientes?

Podem ser considerados resignados e resilientes indivíduos que suportam grandes dramas na vida, ou passam por situações problemáticas constantemente e, mesmo assim, mantêm um olhar de paz e tranquilidade (considerando-se que os olhos são os espelhos da alma), superando os obstáculos que a vida coloca à sua frente, e dessa forma, superando a si mesmos.

O grande segredo, se é que podemos falar assim, encontra guarita na fé. A fé humana em si mesmo -autoconfiança. A fé divina no Criador, certeza absoluta de que não estamos sós, de que tudo passa e que nossas dores chegarão logo ao fim. Fé é a certeza de que o futuro nos reserva algo muito melhor. É a visão na vida futura, que glorifica os dias na Terra, de tantas provas e expiações. É visão mais além, que modifica o nosso comportamento diante das dores e aflições, e que, nos modificando, transforma tudo o que está à nossa volta.

Somos, portanto, artífices da nossa evolução espiritual, escultores de nós mesmos, tendo o cinzel da vontade como ferramenta para talhar as pedras que nos cobrem e dificultam a nossa existência, removendo, assim, os entulhos do passado para, então, lapidados e polidos, apresentarmos face nova diante do Criador e, afinal, podermos dizer, parafraseando o Apóstolo Paulo: “Já não sei se vivo no Cristo ou é o Cristo que vive em mim”.

                                                                         Abraços Fraternos


                                                                          O    AUTOR

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

VIRÁ UM DIA - De: Bezerra de Menezes - Por: Divaldo Franco





Virá um dia em que a criatura humana esquecer-se-á de si mesma e, naturalmente quando chegue esse dia, que não está longe e não está perto, as criaturas humanas se abraçarão carinhosamente.
Virá um dia em que o lobo feroz beberá no mesmo regato do cordeiro.
Virá um dia em que as criaturas estreitarão os corações numa doce afetividade.
Virá um dia em que o Santuário dos Espíritos agasalhará a misericórdia de Deus deixando de ser um clube para ser um altar da natureza.
Virá um dia em que nos amaremos uns aos outros com ternura e ciciaremos aos ouvidos palavras doces de encantamento.
Virá um dia em que o amor conseguirá superar o ódio e a amargura.
Filhas e filhos do coração, o Senhor convocou-nos para a implantação do Seu Reino nas paisagens lúgubres da Terra, nos lugares escusos em que a dor se homizia e a vergonha marca com sinete de fogo os corações derrotados.
Haja o que houver, amai! A honra do amor é daquele que ama. Estendei as mãos da caridade, deixai que o amor penetre pelo cérebro, desça através da voz e caminhe pela ternura das mãos, brilhando no coração como o do crucificado que cheio de sangue nos convidou à redenção.
Não amanhã, hoje. Não mais tarde, agora é o momento santo de ajudar.
Exultai vós que chorais. Aqui estamos aqueles que vos amamos para vos dizer, suavemente - vinde, nós vos esperamos. Vinde para fluirmos da mercê e ternura do Amor não amado: “Vinde, e eu vos consolarei!”
Filhas e filhos da alma, voltai aos vossos lares e amai ao próximo mais próximo de vós - a família. Honrai-a com os vossos beijos de carinho e amai enriquecendo de vida os que estão sedentos de amor e esfaimados de compreensão.
Jesus espera por nós.
Eia, o instante azado da nossa integração no Espírito do Cristo!
Muita paz.
Exoramos a Deus que a todos vos abençoe e vos abraçamos em nome dos Espíritos- espíritas que aqui estamos.
O servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra (Bezerra de Menezes)

Mensagem psicofônica obtida pelo médium Divaldo Pereira Franco, mantida a sua  total originalidade.

                                                                                
                                                                               Abraços Fraternos


                                                                                     O    AUTOR

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

NEUROSES MODERNAS




Vivemos hoje em uma sociedade apressada. Todos temos pressa e não temos tempo. Vivemos nossos dias na ânsia de tudo conseguir e na ansiedade de tudo alcançar.
A Internet, o celular e os mais variados recursos tecnológicos nos facilitaram a vida, ao mesmo tempo que nos escravizaram.
Já não perguntamos o endereço postal de alguém. Quem terá tempo de escrever uma carta, ir ao correio postá-la e esperar infindáveis dias até que ela chegue ao destinatário?
Assim, nossa caixa de correio enche-se de nada, pois repetem-se as correspondências comerciais sem significado algum.
Há pressa, pois a velocidade do mundo parece ter mudado. Parece estar mais rápida, mais exigente, mais intensa.
Somos encontrados a qualquer momento. Seja pelos telefones móveis que a cada dia agregam mais recursos, pela Internet, que nos liga a todos e a tudo (sem a opção de nos perguntar se desejamos ou não) ou por tantas outras possibilidades que a tecnologia cria a todo momento.
Sempre estamos sendo exigidos, questionados, sob demanda de algo ou de alguém.
Nesses dias de transição e de mudança, de adaptação e de aprendizado, muitos de nós nos sentimos aturdidos. Perdemos as referências, que foram atropeladas pelas mudanças sociais. Já não sabemos como agir ou por onde seguir.
Como resultado, caminhamos inseguros, buscando cada qual defesas frente a tudo isso.
Por isso, são tantos os que se tornam violentos, com medo de serem violentados pela sociedade. Agridem verbalmente, algumas vezes indo às raias da violência física, mascarando o próprio medo ao impingir medo nos que os cercam.
Outros, buscam fugir desse frenesi moderno fechando-se em si mesmos, em um egoísmo injustificado, preocupando-se apenas consigo e com os seus, abrindo mão dos valores da solidariedade, da fraternidade e da amizade.
Não são poucos aqueles que, preocupados no vencer e no ganhar das batalhas diárias, se desfazem dos valores morais, passando sobre tudo e sobre todos, não se importando em construir vitórias sobre dores, aflições e injustiças, pois as suas são apenas as preocupações pessoais.
Porém, vale lembrar que não importa a época que estamos vivendo. Desde sempre, todos os dias são abençoados pelos cuidados de Deus, que prevê a tudo e provê a todos nós.
*   *   *
Não nos deixemos contaminar por essas neuroses modernas, onde a fé e a confiança em Deus, pouco trabalhadas na intimidade de cada um, são substituídas pelo medo e pelos mecanismos de fuga.
Vivamos de maneira tranquila e confiante, sabendo, como nos lembra Jesus, que somente lobos caem em armadilhas para lobos.
Nada nos haverá de suceder que não conste das nossas necessidades de aprendizado e entendimento.
Cada vez que ansiedade, medos, fobias ou síndromes modernas insistirem em tomar-nos a casa mental e emocional, resguardemo-nos na oração, que nos plenificará a alma, apascentando-nos o coração.
E vivamos, com a confiança do filho que entende o Pai como soberanamente bom e justo, todos os dias banhando-nos na alegria de estarmos vivos, louvando a Deus a bendita oportunidade da reencarnação.
Agradecimentos ao Momento Espirita.


                                                                  Abraços fraternais

                                                                     O    AUTOR

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A VISÃO ESPÍRITA DA VIOLENCIA. Por: Wilson Czerski





  A onda de violência que assola o país tem merecido debates e análises diversas. O grau de insegurança aumenta com a exploração da mídia que, se de um lado desempenha o seu papel jornalístico, de denúncia e alerta ao cidadão comum, por outro, incrementa o pânico ao buscar o aumento de audiência à custa de tragédias pessoais, especialmente quando envolvem pessoas públicas e famosas.

A prova de que os Espíritos estavam certos ao dizer que é preciso o excesso do mal para se buscar o bem se faz presente mais uma vez. A primeira reação contra o nível de insegurança ocorreu quando uma organização criminosa orquestrou a maior rebelião penitenciária do país, atingindo simultaneamente cerca de 15 delas em diversas cidades. Era preciso investir em segurança pública e na construção de novos presídios, verdadeiros barris de pólvora por motivos de todos já conhecidos.
Das causas mais comuns listadas pelos especialistas – autoridades policiais, juízes, políticos, sociólogos –, temos: pobreza e desigualdades sociais, corrupção na polícia, causada por impunidade e má remuneração, falta de verbas e recursos tecnológicos no trabalho repressivo, descompassos metodológicos e burocráticos entre as atuações da polícia civil e militar e dentro do próprio judiciário, leis excessivamente brandas ou mal aplicadas etc.
Entrevistado em fevereiro por uma revista de grande circulação nacional, o sociólogo americano John Laub vai mais longe e, sem subestimar os fatores citados, afirma, por exemplo, que muitos abandonam a criminalidade motivados por uma ligação afetiva, o casamento, ou pela identificação com o trabalho. Relaciona ainda a educação e a religião. A seu ver, o casamento é o mais forte de todos, enquanto as pesquisas no terreno da influência da religião não seriam conclusivas. À primeira vista – diz –, as pessoas religiosas são menos propensas ao crime, mas como as crianças ligadas à religião são as mesmas que têm uma relação mais próxima com a família, já não se sabe qual dos dois fatores é o determinante.
O raciocínio está correto. Na verdade, o papel religioso, se considerarmos somente a atuação das religiões tradicionais ocidentais, é secundário e conseqüente à boa estruturação familiar. Em geral, um bom ambiente familiar é criado em parte pela prática religiosa e esta ajuda a disciplinar a vida das pessoas porque ministrada em lares de boa formação. É um ciclo virtuoso. Sozinha, isto é, fora do lar ou em condições econômicas miseráveis ou ambiente de contato com os vícios, nos moldes como ela, a religião, é ensinada e vivenciada, raramente logra êxito.
Diferente caso se analisarmos o valor de um conjunto de conhecimentos de ordem filosófica e moral, com respaldo científico como o Espiritismo. Uma vez que o indivíduo fosse informado adequadamente a respeito, principalmente, da reencarnação e da lei de causa e efeito – Deus e a sobrevivência da alma, embora mal explicadas, são princípios comuns a todas as religiões –, certamente se preocupariam mais com o seu futuro. Longe a ingenuidade de crer que ser espírita resolveria todos os problemas. É claro que a violência é o reflexo de uma situação conjuntural. A questão é que, no Brasil, até bandido acredita e pede ajuda a Deus.
Resumindo as respostas das questões 629 e 630 de O Livro dos Espíritos, vemos que moral é a regra da boa conduta, com distinção entre o bem e o mal, e tal é possível, pois que o bem é tudo o que está de acordo com a lei de Deus e o mal tudo o que dela se afasta. O bem e o mal, conforme a questão 636, sempre o são, mas há diferença quanto ao grau de responsabilidade que é proporcional ao conhecimento. Na questão 644, Allan Kardec indaga se o meio em que certos homens vivem não é o motivo principal de muitos de seus vícios e crimes. Sim – respondem os benfeitores –, mas tal é a conseqüência de uma prova escolhida pelo próprio Espírito antes de reencarnar; desejou expor-se à tentação para ter o mérito da resistência. Há arrastamento, mas não irresistível.
A questão 784 trata da perversidade humana intensa que, já à época, poderia afigurar-se como um recuo moral, mas ao que os Espíritos reclamam atenção para uma visão de conjunto. O progresso se dá pela melhor compreensão do que é o mal e pela correção de seus abusos. É preciso que haja excesso do mal para tornar compreensível a necessidade do bem e das reformas. Sábias palavras!
Parece-nos que é onde estamos no caso da violência. Há necessidade de uma mobilização geral da sociedade em prol da paz, porque a “guerra”, como a escuridão que só existe pela falta de luz, também se estabelece pela ausência daquela. Então a violência deve ser combatida de diversas formas, coercitiva e preventivamente, pelas autoridades e pelo cidadão comum, pela eliminação dos fatores citados e mais presentes nos discursos dos especialistas, mas, principalmente, banida dos corações dos homens.
A questão 785 da obra citada é clara: o orgulho e o egoísmo são os maiores obstáculos ao progresso e, sem dúvida, que o medo, a aflição, as agressões, seqüestros, estupros e mortes são indícios de atraso moral e distanciamento da felicidade humana. Particularmente diríamos que, talvez, mal maior que estes é a ignorância espiritual, fruto da falta da educação no sentido amplo. Assim, retornamos ao ponto de que os princípios espíritas, bem conhecidos e assimilados por um grande número de indivíduos, estabelecendo, se ou quando possível, larga maioria, e desencadeando um processo de conscientização sobre o nosso ser, estar e agir no mundo, traduzido na prática diária, por si só, transformariam a sociedade para melhor e resolveriam satisfatoriamente este como tantos outros problemas que nos afligem.
Somos egoístas e orgulhosos, tolos e arrogantes, corruptos e cruéis porque simplesmente ignoramos de fato quem somos (Espíritos imortais), de onde viemos (de Deus primeiramente, destinados à perfeição e felicidade; de outra dimensão e de vidas pretéritas). Por que estamos aqui (para promover o nosso reajuste de equívocos cometidos no passado e buscar o desenvolvimento espiritual) e para onde vamos (prosseguir no ciclo reencarnatório até que, pelo aprendizado sempre crescente, possamos dispensar tais experiências, quando então seremos praticamente Espíritos puros e dedicados auxiliares diretos do Pai).
Esta é a causa de tudo, a falta de espiritualização do homem. O resto, miséria, crueldade, egoísmo, injustiças, leis imperfeitas, fanatismo, desagregação familiar, ódios, corrupção e tudo o mais não passam de efeitos mediatos ou imediatos.  

Com essa matéria de Wilson Czerski, espero ter contribuído com os irmãos para um melhor entender sobre o assunto. 

                                                      Que o Mestre Jesus nos abençoe

                                                                    O    AUTOR 

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O PODER DA ORAÇÃO




Negar o poder da oração é como negar a força do pensamento, a sua capacidade vibrante, a sua vigência fundamental. O filho contém, naturalmente, aquelas virtudes que são da natureza do Pai Divino; e a inteligência não poderia existir, se a mente não fosse o seu fundamento.
Pelo uso da mente, aplicada em condições de inteligência, com a devida direção, isto é, com o fim designado, tem-se como resultante a prova da função manipuladora de efeitos, ou daquela capacidade que Cristo chamou de poder criador, por derivação do Poder Divino ou do Pai.
Ninguém jamais poderia eliminar Deus e o que deriva de Deus! E o pensamento que tem origem na mente e vaza pela inteligência é, no filho, uma das manifestações do Poder Divino. Honrem-se cada qual como filho de Deus, pelo bom comportamento, quer individual, quer coletivo, e faça questão de aplicar bem o seu poder mental, a fim de ocasionar o seu bem e o bem do seu próximo.
A oração fornecida não tem o poder cabalístico; ela visa o que deve visar; isto é, dar orientação ao pensamento e facilitar a comunhão dos mesmos, quando agenciados coletivamente. Ela facilita a evasão, o fluxo, a direção e a aplicação das emanações fluido-energéticas, de que se valem os Guias Espirituais para produzir os benefícios necessários.
Sem criar a condição mental, o campo vibratório indispensável, nada se deve esperar. O Cosmo não é força cega; pelo contrário, deriva de Deus, que é Onisciente, Onipresente e Onipotente, isto é, que é Fundamento Sagrado de tudo e de todos.
Sem a mente e sem a inteligência, a quem a vontade empresta feição dinâmica, para que serviriam o AMOR e a SABEDORIA? Observemos, pois, o quanto se deve atenção à força do pensamento, e, mais ainda, consideremos o que pode resultar de sua aplicação coletiva, bem conhecida e melhor aplicada.
"A ORAÇÃO é um modo de penetrar com a MENTE nos planos superiores da VIDA, para colher e depois distribuir, mesmo depois de extrair dela grandes proveitos. Quem quiser medir a importância da ORAÇÃO, observe quem ORA, DE FATO, com os olhos do espírito ou de fora da carne. Não é questão de hipótese, é fato”.

"Orar é sintonizar com o Princípio Sagrado, para colher Divinos Recursos; orar é sintonizar com a Mensageira Divina, para prodigalizar o Bem aos semelhantes; orar é irradiar força mental, eletromagnetismo e ectoplasma, para curar e estimular, pacientar e elevar o ânimo. Orar é produzir maravilhas”
 
                                     Que o Mestre Jesus abençoe a todos nós 
 
 
                                                     O    AUTOR


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Mensagem luminosa - Luiz Gaspareto





VOCÊ ESTA ONDE VOCÊ SE PÕE.

 O seu posicionamento exato na vida e na sociedade não é nada mais, nada menos do que o valor exato que você se dá e a consequente noção de merecimento que lhe convence e lhe move a assumir o lugar que assumiu na vida. Por exemplo, você gostaria que sua vida fosse melhor, que você tivesse mais qualidade de vida. Mas você tem o hábito comum de esperar que as coisas mudem por si. Pois é exatamente isso que você verá em sua volta: O clima de uma sala de espera, entediante e insatisfatório. Onde você está se pondo ultimamente? Na posição de vítima? Do coitado? No último lugar da fila? Não lhe parece mais interessante se dar importância e colocar-se na posição de agente de sua vida? Da pessoa que cuida de si, e que crê firmemente que merece o que há de melhor na vida? É preciso encontrar, ou decidir pelo lugar que quer estar e se mover até ele, dê o trabalho que der. Se acha que não merece, então continue onde está; mas então já não pode ficar reclamando. Isto me lembra a magnífica metáfora do cachorro:

 Um homem bate na porta de uma casa e enquanto conversa com seus moradores, percebe que o cachorro deles está sentado no canto do quintal uivando de dor. “Qual o problema com o cachorro de vocês?”, pergunta o homem. “Ah, ele está sentado em cima de um prego”, respode o morador. “Por que ele não se move?”, pergunta o homem em descrença. “Acho que não está doendo o suficiente”, é a resposta.
 Não é assim que agimos?
 Às vezes parece que gostamos de sofrer.

 A VIDA LHE TRATA DO JEITO QUE VOCÊ SE TRATA .

 Esta é uma outra face da mesma situação. A vida retribui ao que você dá para ela. A vida lhe oferece os valores que você oferece aos outros. Se você quer amor, não tem jeito, vai ter que começar a oferecer amor. Se quer dinheiro, não tem jeito, vai ter que oferecer algo de valor aos outros. Se você quer saúde, vai ter que SE oferecer atenção e cuidados. Daí a importância de cuidar de si, em todos os aspectos possíveis: Cuidar da aparência, cultivar bons hábitos e bons gostos, desenvolver-se interiormente através de estudos práticos e estudos espirituais, bem como através de reflexões. Quanto mais você cuidar de você mesmo, melhor será seu auto conceito e sua autoestima e por consequência, mais a vida responderá com eventos positivos. A iniciativa é necessária não só no trabalho, como em sua vida e em seus relacionamentos.

Cuide de si, cuide de suas coisas (tô falando de limpeza e organização MESMO). Estude, qualifique-se, melhore sua forma de se relacionar com parceiros e amigos. Consuma lazer, produtos e serviços de qualidade. Quanto melhor você tratar tudo que lhe diz respeito, melhor serão as respostas que obterá da vida, seja num nível prático, seja num nível metafísico.

Espero ter contribuído com os irmãos através desse texto de Luiz Gaspareto para um melhor esclarecimento sobre o assunto, uma maneira diferenciada de ver a vida, um modo inovador e bem brasileiro de interpretar a lei da atração.
um modo muito inovador e bem brasileiro de se interpretar a lei da Atração

Luiz Gasparetto e sua mensagem ilumine quem sabe uma forma mais eficiente de vencer as barreiras a alcançarmos os nossos objetivos.

                                                           Que a luz do Grande Mestre esteja sobre todos nós !


                                                                                    O   AUTOR

domingo, 19 de junho de 2016

A DÁDIVA DE VIVER


Por vezes, você caminha pela vida com o olhar voltado para o chão, pensamento em desalinho, como quem perdeu o contato com sua origem Divina.
Olha, mas não vê… Escuta, mas não ouve. Toca, mas não sente…
Perdido na névoa densa, que envolve os próprios passos, não percebe que o dia o saúda e convida a seguir com alegria, com disposição, com olhar voltado para o horizonte infinito, que lhe acena com o perfume da esperança.
Considere que seu caminhar não é solitário e suas dores e angústias não passam despercebidas diante dos olhos atentos do Criador, que lhe concede a dádiva de viver.
Sua vida na Terra tem um propósito único, um plano de felicidade elaborado especialmente para você.
Por isso, não deixe que as nuvens das ilusões e de revoltas infundadas contra as leis da vida tornem seu caminhar denso e lhe toldem a visão do que é belo e nobre.
Siga adiante refletindo na oportunidade milagrosa que é o seu viver.
Inspire profundamente e medite na alegria de estar vivo, coração pulsante, sangue correndo pelas veias e você, vivo, atuante, compartilhando deste momento do mundo, único, exclusivo. E você faz parte dele.
Sinta quão delicioso é o aroma do amanhecer, o cheiro da grama, da terra após a chuva, do calor do sol sobre a sua cabeça ou da chuva a rolar sobre sua face.
Sinta o imenso prazer de estar vivo, de respirar. Respire forte e intensamente, oxigenando as idéias, o corpo, a alma.
Sinta o gosto pela vida. Detenha-se a apreciar as pequeninas coisas que dão sentido à vida.
Aquela flor miúda que, em meio à urze sobrevive linda, perfumosa, a brilhar como se fosse grande.
Sinta-se vivo ao apreciar o voo da borboleta ou do pássaro à sua frente.
Escute os barulhos da natureza, a água a escorrer no riacho ou simplesmente aprecie o céu, com suas nuvens a formar desenhos engraçados, fazendo e desfazendo-se sob seus olhos.
Quão maravilhosa é a vida!
Mas, se o céu estiver escuro e você não puder olhá-lo, detenha-se no micro- universo, olhe o chão.
Quanta vida há no chão…
Minúsculos seres caminhando na terra, na grama…
A formiga na sua luta diária pela sobrevivência…
A aranha, a tecer sua teia caprichosamente e tantas coisas para ver, ouvir, sentir, cheirar, para fazer você sentir-se vivo.
Observar a natureza é pequeno exercício diário que fará você relaxar, esquecer por instantes as provas, ora rudes, ora amenas, que a vida nos impõe.
Somos caminhantes da estrada da reencarnação somando, a cada dia, virtudes às nossas vidas ainda medíocres mas que se tornarão luminosas e brilhantes.
Aprenda a dar valor à dádiva da vida. Isso fará o seu dia se tornar mais leve e, em silêncio, sem palavras, sem pensamentos de revolta, você terá tido um momento de louvor a Deus.
Aprenda a silenciar o íntimo agitado e a beneficiar-se das belezas do mundo que Deus lhe oferece.
A sabedoria hindu aprecia, na natureza, o que Deus desejou para ela: que fosse aliada do homem no seu progresso, oferecendo o alimento, dando-lhe os meios de defender-se das intempéries.
E, sobretudo, sendo o seu colírio diário suavizando as aflições da vida.
Pense nisso, e aprenda a dar graças pela dádiva de viver.


                                                                           Abraços fraternos


                                                                               O   AUTOR

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

UMA CASA NO CAMINHO




O pequeno Ricardo não aguentou o cheiro bom do pão e falou:   

– Pai, estou com fome!

O pai, Agenor, sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência.

– Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu estou com muita fome!

Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente.

Ao entrar, dirige-se a um homem no balcão:

– Meu senhor, estou com meu filho de apenas seis anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois, sai cedo para buscar um emprego e nada encontrei, eu lhe peço que em nome do Senhor me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino, em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar!

Amaro, o dono da padaria, estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame seu filho.

Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida com arroz, feijão, bife e ovo.

Para o pequeno Ricardo era um sonho, comer após tantas horas na rua. Para Agenor, uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e de seus outros dois pequenos filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá. Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada.

A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e a lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de dois anos de desemprego, humilhações e necessidades.

Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar:

– Ô Maria! Sua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo, está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato?!?

Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer.

Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho.

Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas.

Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório.

Agenor conta então que há mais de dois anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de pequenos biscates aqui e acolá, mas, que há mais de dois meses não recebia nada.

Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria, e penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos quinze dias.

Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho.

Ao chegar em casa com toda aquela "fartura", Agenor é um novo homem, sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso. Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta era toda uma esperança de dias melhores.

No dia seguinte, às cinco da manhã, Agenor estava na porta da padaria, ansioso para iniciar seu novo trabalho. Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando. Tinham a mesma idade, trinta e dois anos, e histórias diferentes, mas, algo dentro dele chamava-o para ajudar aquela pessoa.

E, ele não se enganou, durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres.

Certo dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar.

Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta.

Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aula e Vamos encontrar agora o doutor Agenor Baptista de Medeiros, advogado, abrindo seu escritório para seu primeiro cliente, e depois outro, e mais outro...

Ao meio-dia ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o "antigo funcionário" tão elegante em seu primeiro terno.

Mais dez anos se passam, e agora o doutor Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço. Mais de duzentas refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho, o agora nutricionista Ricardo Baptista.

Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um. Contam que aos oitenta e dois anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que na mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido.

O filho Ricardo mandou gravar na frente da "Casa do Caminho", que seu pai fundou com tanto carinho, os seguintes dizeres:

"Um dia eu tive fome, e você me alimentou. Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho. Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço. Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma. E, que te sobre o pão da misericórdia para estender a quem precisar."


"Nenhuma atividade no bem é insignificante. As mais altas árvores são oriundas de minúsculas sementes e o bem que praticares em algum lugar é teu advogado em toda parte." - Chico Xavier


                                                                                                                Abraços Fraternos


                                                                                                                  Josimar Fracassi