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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO



                              




                 


Acreditar num ser transcendente foi e será sempre o mais marcante da existência do ser humano. Aliás, o ser humano não consegue constituir uma identidade ou etos quando não constrói uma identidade religiosa. Na contemporaneidade surgem com maior força grupos fundamentalistas em todas as instituições religiosas constituídas, sejam monoteístas ou politeístas.

Professar uma fé num ser transcendente não tem nada de anormal. A anomalia consiste em querer que todos professem os mesmos princípios religiosos, e em alguns casos, até exigir que a fé seja acolhida por meio da força e da violência. Não admitir a diversidade de manifestação religiosa é a primeira janela para simpatizar com o fundamentalismo religioso.

O fundamentalismo religioso movimenta-se nos ambientes mais inusitados. Ele está presente nas religiões ou nas organizações de diferentes finalidades. Os fundamentalistas de plantão não conseguem dialogar, não conhecem a sadia dimensão das diferenças.

Para o fundamentalista tudo deve estar padronizado por um conceito único, a vontade de Deus. Tanto no Cristianismo, Judaísmo, Islamismo e outras religiões orientais, existem e existirão sempre pessoas que não conseguem admitir a sadia dimensão das diferenças. Exemplo disso, a turbulenta vivência da religião nos dias atuais na Europa, no Oriente Médio e por que não dizer na América Latina.

Quando se situa Deus como centro de todas as coisas, perde-se a visão periférica da vida. Os fundamentalistas, aqueles que acreditam cega e veementemente que tem um contato direto com Deus, não conseguem enxergar as realidades paralelas nas quais o ser humano se movimenta constantemente.

Nesta visão um tanto monopolista da realidade transcendente não cabe espaço para a razão e a criticidade. Aliás, o fundamentalista sente uma profunda aversão ao pensamento. Para ele, razão e fé estão separados e distantes. Jamais devem dialogar e questionar-se mutuamente.

Para o fundamentalista de plantão todo questionamento é obra do “capeta”. Os dogmas que alicerçam as ideias religiosas fundamentalistas levam a uma consequência nefasta, já que quem não pensa com o padrão estabelecido, fica marginalizado pela maioria. O grande perigo desta compreensão consiste em que quando a razão desaparece da existência humana a barbárie e a brutalidade toma conta do habitat e da ideologia humana.

Razão e fé não devem se contrapor para encontrar um mínimo de “equilíbrio” na percepção humana do transcendente. Quando se absolutiza a fé, cultiva-se o fundamentalismo. Quando se denigre a razão perde-se a criticidade. Quando a razão torna-se senhora da vida humana, alimenta-se a supremacia de uma raça sobre a outra. Quando se alimenta uma fé mágica, perde-se o foco da realidade.

As posturas, anteriormente citadas, além de contraditórias, são altamente contraproducentes. Quando a fé quer explicar todos os mistérios do universo, não passa de ser uma espécie de chantagismo mágico. Assim como, quando a razão quer explicar todos os eventos da vida humana e da natureza, perde-se aquele lampejo de mistério que oferece sentido a dimensão transcendente da vida humana.

O fundamentalismo religioso prega em seus discursos uma forma de suicídio do pensamento. A razão, para eles, jamais pode ser independente. A razão sempre será escrava da fé. A absolutização da fé é o mais marcante do ambiente fundamentalista, já que ninguém se pergunta o porquê das coisas e do porquê da finalidade do livre arbítrio humano. No fundo os fundamentalistas pensam que não é saudável deixar a razão tomar conta dos conceitos humanos. Porque quando se demoniza a razão, todos os pensamentos são “pecaminosos” e até “doentios”.

 O que chama a atenção é a pouca ou quase nenhuma capacidade de diálogo que caracterizam os grupos e pessoas fundamentalistas, como os Muçulmanos ( ISLÂMICOS ) por exemplo... Para com eles, não existe debate sadio, porque já existem ideias e conceitos predeterminados que não são plausíveis de questionamento e devem ser impostos nem que seja através da violência como aconteceu na França , no Jornal Charlie Hebdo ou cometendo as mais variadas atrocidades  "Em Nome do Profeta Maomé", Universalizando a Sua verdade como Unica e Verdadeira.

Como falar de Deus que é um ser transcendente a não ser através da razão e do discurso? Para o fundamentalismo e os que aderem a esta ideia, já está tudo explicado, o ser humano não é regido pelo livre arbítrio e sim pelo inefável destino do descontrole da vontade divina e de seus dirigentes, onde as liberdades de consciência do sujeito desaparecem e a autonomia do ser humano é simplesmente uma opção caduca.

Isto sim que é um perigo para uma sadia convivência do ser humano com seu semelhante. Quem prega “verdades absolutas”, não consegue enxergar a fragilidade humana como ponto de partida, de toda compreensão transcendente. E quem não enxerga a própria fragilidade, não será capaz, em última instância, de integrar no seu convívio existencial os que pensam e agem com outros códigos éticos e morais. O fundamentalismo religioso adormece a dimensão sadia da misericórdia e da compaixão, tão necessária nos dias de hoje.

A liberdade é Fundamental para a evolução Moral e Espiritual do Ser Humano, assumindo o compromisso do Respeito mútuo entre as partes integrantes da sociedade.

Fonte:  VivaSamas.



                                                                Abraços  Fraternos


                                                     
                                                                 Josimar  Fracassi

                                                              Blog Vozes do Alem !
                                            Fraternidade espiritualista Cristã Jorge da Capadócia

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