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quarta-feira, 4 de abril de 2012

ESPÍRITOS IDIOTAS


Espíritos Idiotas .
Vocês os julga???
        Queridos irmãos, venho hoje conversar com todos sobre esse assunto que pode trazer divergências e até mesmo lançar angustia em algumas pessoas, mas devemos ter a mente aberta e nunca julgar, pois isso não cabe a nós como espíritos eternos. Convido a todos a ler e debater comigo o que pensam sobre esse assunto tão instigante.
A opinião de que os cretinos e os idiotas teriam uma alma de natureza inferior tem fundamento?
       — Não. Eles têm uma alma humana frequentemente mais inteligente do que pensais, e que sofre com a insuficiência dos meios de que dispõe para se comunicar, como o mudo sofre por não poder falar.
        Qual é o objetivo da Providência ao criar seres desgraçados como  os cretinos e os idiotas?
       — São os Espíritos em punição que vivem em corpos de idiotas. Esses Espíritos sofrem com o constrangimento a que estão sujeitos e pela  impossibilidade de manifestar-se através de órgãos não desenvolvidos ou  defeituosos.
      Então não é exato dizer que os órgãos não exercem influência sobre as faculdades?
      — Jamais dissemos que os órgãos não exercem influência. Eles a exercem, e muito , sobre a manifestação das faculdades, mas não produzem as faculdades. Esta a diferença. Um bom músico, com um mau instrumento, não fará boa música, o que não o impede de ser um bom músico.
É necessário distinguir o estado normal do estado patológico. No estado normal, o moral supera o obstáculo material. Mas há casos em que a matéria oferece uma tal resistência que as manifestações são entravadas ou desnaturadas, como na idiotia e na loucura. Esses são casos patológicos, e em tal estado a alma não goza de toda a sua liberdade. A própria lei humana a isenta da responsabilidade dos seus atos.
       Qual o mérito da existência para seres que, como os idiotas e os cretinos, não podendo fazer o bem nem o mal, não podem progredir?
      — É uma expiação imposta ao abuso que tenham feito de. Certas faculdades; é um tempo de suspensão.
       Um corpo de idiota pode então encerrar um Espírito que tivesse um homem de gênio, numa existência precedente?
      — Sim, o gênio torna-se às vezes uma desgraça, quando dele se abusa.
  A superioridade moral não está sempre na razão da superioridade intelectual, e os maiores gênios podem ter muito a expiar; daí resulta frequentemente para eles uma existência inferior às que já tenham vivido, e uma causa de sofrimentos. Os entraves que o Espírito prova em suas manifestações são para ele como as cadeias que constrangem os movimentos de um homem vigoroso. Pode-se dizer que os cretinos e os idiotas são estropiados do cérebro, como o coxo o é das pernas e o cego dos olhos.
       O idiota, no estado de Espírito, tem consciência de seu estado mental?
       — Sim, muito frequentemente. Compreende que as cadeias que entravam seu desenvolvimento são uma prova e uma expiação.
        Qual é a situação do Espírito na loucura?
       — O Espírito, quando em liberdade, recebe diretamente suas impressões e exerce diretamente a sua ação sobre a matéria; mas, encarnado, encontra-se em condições totalmente diferentes e na contingência de não afazer senão com a ajuda de órgãos especiais. Que uma parte ou conjunto desses órgãos sejam alterados, e a sua ação ou suas impressões, no que respeita a esses órgãos, ficam interrompidos. Se ele perde os olhos, fica cego; sem os ouvidos, fica surdo etc. Imagina agora se o órgão que preside aos efeitos da inteligência e da vontade for parcial ou inteiramente atacado ou modificado, e fácil te será compreender que o Espírito, só tendo então a seu serviço órgãos incompletos ou alterados, deve entrar numa perturbação de que, por si mesmo e no seu foro íntimo, tem perfeita consciência, mas cujo curso já não pode deter.
       É então sempre o corpo e não o Espírito o desorganizado?
 —  Sim; mas é necessário não perder de vista que, da mesma maneira que o Espírito age sobre a matéria, esta reage sobre ele numa certa medida, e que o Espírito pode encontrar-se momentaneamente impressionado pela alteração dos órgãos através dos quais se manifesta e recebe as suas impressões. Pode acontecer que, com o tempo, quando a loucura durou bastante, a repetição dos mesmos atos acabe por exercer sobre o Espírito uma influencia da qual ele não se livrará senão depois da sua completa separação de toda impressão material.
        Após a morte, o Espírito se ressente da perturbação de suas Faculdades?
       — Ele pode ressentir-se durante algum tempo, até que esteja  completamente desligado da matéria, como o homem que, ao acordar, se ressente por algum tempo da perturbação em que o sono o mergulhara.
        Como a alteração do cérebro pode reagir sobre o Espírito após a morte?
       — É uma lembrança. Um peso oprime o Espírito, e como ele não teve consciência de tudo o que se passou durante a sua loucura, é necessário um  certo tempo para que se ponha ao corrente. É por isso que, quanto mais tenha durado a loucura, durante a vida, mais longamente durará a tortura, o constrangimento, após a morte. O Espírito desligado do corpo se ressente por algum tempo da impressão dos seus ligamentos.
O homem nasce bom ou mal? 
É preciso distinguir a alma e o homem. A alma é criada simples e ignorante, quer dizer, nem boa nem má, mas suscetível, em virtude do seu livre arbítrio, de tomar o caminho do bem ou o do mal, ou melhor dizendo, de observar ou infringir as leis de Deus. O homem nasce bom ou mau conforme seja a encarnação de um Espírito adiantado ou atrasado.

Qual a origem do bem e do mal sobre a Terra, e por que há mais mal do que bem? 
A origem do mal sobre a Terra resulta da imperfeição dos Espíritos que aí estão encarnados. A predominância do mal decorre de que, sendo a Terra um mundo inferior, a maioria dos Espíritos que a habitam são, eles mesmos, inferiores, ou progrediram pouco. Nos mundos mais avançados, onde não são admitidos a se encarnarem senão Espíritos depurados, o mal é desconhecido, ou em minoria.

Por que há idiotas e cretinos?

A posição dos idiotas e dos cretinos seria a menos conciliável com a justiça de Deus, na hipótese da unicidade da existência. Por miserável que seja a condição na qual um homem nasceu, ele pode dela sair pela inteligência e pelo trabalho; mas o idiota e o cretino são votados, desde o nascimento até à morte, ao embrutecimento e ao desprezo; não há para eles nenhuma compensação possível. Por que, pois, sua alma teria sido criada idiota?

Os estudos espíritas, feitos sobre os cretinos e os idiotas, provam que sua alma é tão inteligente quanto a dos outros homens; que essa enfermidade é uma expiação infligida aos Espíritos por terem abusado da sua inteligência, e que sofrem cruelmente em se sentirem aprisionados nos laços que não podem quebrar, e no desprezo do qual se vêem objeto, quando, talvez, tenham sido incensados na sua existência precedente.

Quantas vezes ao observarmos uma família ou uma professora em contato com um indivíduo com deficiências cognitivas, ouvimos a célebre frase: “Não sei por que ensinar, pois ele não aprende nada”. Nós, que raciocinamos no paradigma espírita das múltiplas existências, não podemos nos deixar levar por essa idéia. O fato é que aquele espírito nem sempre foi assim e nem sempre será e se ele reencarnou com essas dificuldades é devido a uma necessidade de superação que ele tem para essa existência, ainda que seja curta. Como negar a ferramenta que é o espiritismo para o progresso e compreensão da vida para esse espírito. A compreensão destas verdades poderá aliviar a sua revolta ou mesmo fazer de suas reflexões, em espírito, salutares para as próximas encarnações. Como privar este indivíduo do convívio social, única forma de crescimento apresentada pelos espíritos quando rechaçam o isolamento em O Livro dos Espíritos1. Como privar os outros da convivência com alguém só por que este outro é um pouco diferente. Se não convivermos nos ambientes comuns, como esperar que sejam rompidos esses muros de separação entre os indivíduos com alguma deficiência, que vem de séculos. Colecionamos vários casos na literatura pedagógica5 de pais que exigiram a saída do aluno com necessidades especiais da escola regular por medo e incompreensão. Apesar deste convívio ser amparado por lei, a questão transcende, pois nenhuma lei irá convencer as pessoas desse entendimento.
Por isso meus queridos irmãos, venho por esse meio incitar que não julguemos as condições de nossos irmãos, pois cada um tem uma existência anterior que explica o porque de tais provações, cabe a nós termos o coração e mente aberta para ama-los e sermos caridosos.


                                                                              ABRAÇOS FRATERNOS


                                                                                     O   AUTOR


Agradecimento á Daniela Souto.

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