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quinta-feira, 10 de maio de 2012

REGIÃO DO UMBRAL ... O que é ? ?


O que é a Região do Umbral??

Queridos  e amados irmãos, vamos conversar um pouco sobre o que chamados de Umbral, foi a palavra exata para designar na obra espírita (espiritismo), Nosso Lar, psicografado por Chico Xavier e atribuída ao espírito de André Luiz, o “estado ou lugar transitório por onde passam as pessoas que não souberam aproveitar a vida na Terra”. É interessante notar que o sentido kardecista guarda os dois sentidos anteriores: primeiro por se tratar de uma dimensão que está "entre" a dimensão material (ou física) e a dimensão espiritual (ou sutil); Depois porque no imaginário popular (reforçado pelas obras audio-visuais que abordaram a temática kardecista, como a novela da TV Globo, A Viagem, e a recente adaptação para o cinema do livro "Nosso Lar") esse lugar seria mal iluminado, cheio de "trevas", (que é a primeira imagem que vem à mente quando se fala de umbral no sentido da psicofísica). Após aparecer em “Nosso Lar”, com esse significado, passou a ser usado de forma recorrente em obras mediúnicas, de maneira que foi incorporado ao jargão espírita no Brasil.
Segundo a doutrina espírita, é uma “dimensão” na qual estão os espíritos que tiveram uma vida de comportamentos incorretos. Por conta disso, eles experimentam sofrimentos "físicos" e morais, como a sensação da necrose do corpo e a vergonha de se ver incapaz de ocultar suas fraquezas e desejos mais íntimos dos olhares curiosos e/ou inquisidores de outros espíritos. As referências ao Umbral, que surgem em romances mediúnicos brasileiros em meados do século XX, são bastante diversificadas entre si, ora dando a entender que se limitaria a um estado de confusão mental por que passa o espírito após a morte, ora descrevendo-o como um "lugar espiritual" situado próximo à crosta terrestre e habitado por espíritos obsessores. No livro Nosso Lar, o umbral é definido como uma "região destinada a esgotamento de resíduos mentais (...)". Assim sendo, entende-se como um período posterior ao desencarne (processo em que a alma abandona o corpo após a morte deste) que possibilita à alma entender o seu atual estado espiritual. O tempo de permanência no Umbral, e a ocorrência de processos dolorosos de culpa e flagelação, vai depender do estágio evolutivo da alma e do reconhecimento humilde das faltas cometidas (quando for o caso). Em verdade o Umbral lembra a ideia do “purgatório” pregado na doutrina católica. Contudo, na doutrina espírita está presente a ideia de “evolução espiritual”: Como todo espírito tem como objetivo ascender no seu progresso moral e intelectual na direção do Amor Divino, é nessa zona que ele, após a morte do corpo material, fica enquanto continuar com vibrações inferiores. No momento em que consegue sintonizar com as vibrações positivas ele identifica seus interventores espirituais que estão lá para auxiliá-lo. Esse período de tempo pode ser curto ou longo, mas é passageiro.
Várias linhas espirituais falam sobre um lugar de trevas, para onde criaturas que desencarnam em situação de muita dor, ódio, suicídio, etc. acabam indo. Como e quando surgiu a palavra Umbral no espiritismo?
Amplamente usada por André Luiz através da psicografia de Chico Xavier, hoje faz parte da linguagem espírita para definir zonas de dor e sofrimento. Definida nos dicionários (Aurélio) como: “Limiar da Entrada”, este sempre existiu como consequência natural da mente humana. Na obra Nosso Lar encontramos, nas palavras de Lísias: “O Umbral começa na crosta terrestre. É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram atravessar as portas dos deveres sagrados a fim de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão ou no pântano de erros numerosos”.
Via de regra, até quanto tempo uma alma pode passar no Umbral? Em que circunstâncias a alma pode ser resgatada e ir para uma dimensão mais elevada?
A) O tempo que sua consciência determinar.
B) A partir de seu despertar para as verdades eternas. Um espelho sujo não pode refletir a luz.
O Umbral também possui vários planos de existência?
No Livro dos Espíritos, as questões 101 a 106 e seguintes, tratam bem do assunto, explicando-nos as diferentes categorias de espíritos. Portanto, os agrupamentos são determinados pelas afinidades vibratórias formando núcleos pela concentração de tendências e desejos gerais. Compreendemos que cada criatura vive daquilo que cultiva em qualquer dos planos da vida.
No livro Memórias de um Suicida nós temos um relato no mínimo tétrico dessa região e dos espíritos que ali habitam. Alguns videntes dizem que quem ali se encontra, muitas vezes não consegue enxergar espíritos consoladores, de tão densos que são os seus corpos etéricos.
Allan Kardec, no Livro dos Espíritos, capítulo Ensino Teórico das Sensações dos Espíritos, questão 257, cita: “Não possuindo órgãos sensitivos, eles podem, livremente, tornar ativas ou nulas suas percepções". Uma só coisa são obrigados a ouvir: os conselhos dos Espíritos bons. A vista, essa é sempre ativa; mas eles podem fazer-se invisíveis uns aos outros. Conforme a categoria que ocupem podem ocultar-se dos que lhes são inferiores, porém não dos que lhes são superiores.
Muitos dizem que o Umbral é o pensamento global dos sofredores plasmado no éter próximo à crosta da Terra. Isso é verdade?
Manoel Philomeno de Miranda, através da mediunidade de Divaldo, em Nas Fronteiras da Loucura, assim o descreve: “Composta de elementos que me escapavam, eram e são, no entanto, vitalizadas pelas sucessivas ondas mentais dos habitantes do planeta, que de alguma forma sofrem-lhe a condensação perniciosa”.
Existem espíritos além de qualquer possibilidade de resgate? É possível um espírito, de tão maligno, ter sua centelha divina extinta para sempre ou então reencarnar no corpo de um animal?
Seria negar a justiça divina. Todos nós, por momentos ou séculos, atravessamos estas regiões. Todos fomos criados com o objetivo de evolução, e sermos condenados a penas eternas ou retroagirmos por castigo, é negar os princípios de amor e perdão pregados pelo Cristo. Na questão 194 do Livro dos Espíritos encontramos: “A alma não pode regredir, afirmar ao contrário seria negar a lei de progresso.”
Como se dá a reencarnação de espíritos que não conseguem sair do Umbral?
A questão 330 do Livro dos Espíritos nos responde: “A reencarnação é então uma necessidade, assim como a morte é uma necessidade da vida corporal". Ainda no Livro dos Espíritos, questão 1006, encontramos o ensinamento de São Luís de que “ninguém é totalmente mau”. E em João, cap. 1 a 12: “Em verdade vos digo, ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo”. Cedo ou tarde todos despertamos para a luz. Deus oferece a todos oportunidades iguais, facultando a cada um o que melhor lhe aprouver, enquanto assim o deseja, dentro do céus ou do inferno que construiu para si. Somos escravos de nossas culpas, mas também construtores de nosso amanhã.
Existe uma hierarquia entre os habitantes desse plano?
Sim, dentro das conquistas de cada um, de conformidade com os ideais que alimentam.
É verdadeira a informação de que o plano umbralino envolve o nosso planeta, num verdadeiro “cinturão” vibratório?
Em nossa busca pelo aprendizado, encontramos a palavra esclarecedora de Manoel Philomeno de Miranda, em sua obra Nas Fronteiras da Loucura, psicografado por Divaldo. No capítulo 19 lemos: “...percebi haver em torno da Terra, faixas vibratórias concêntricas, que a envolviam, desde as mais condensadas, próximas à esfera física, até as mais sutis, distanciadas do movimento humano da crosta”.
É recomendável vibrar ou fazer preces pelos espíritos que se encontram no Umbral?
Jesus nos afirma através de Mateus, no capítulo 9, vers. 10 a 12 do Evangelho Segundo o Espiritismo: “Não são os que gozam de saúde que precisam de médico”. Veja-se ainda, no capítulo 27, questão 18 (prece pelos mortos e espíritos sofredores): “... a prece tem sobre eles uma ação mais direta, reanima-os, incute-lhes o desejo de se elevar pelo arrependimento e pela reparação...”. Como espíritas, compreendemos ser a prece uma sublime oportunidade de praticar a caridade.
Aqueles que lá se encontram conseguem influenciar os encarnados? Descreva, se possível, como acontece essa influenciação.
Manoel Philomeno de Miranda descreve, através da psicografia de Divaldo, em Nas Fronteiras da Loucura: “Em muitos desses sítios programam-se atentados sórdidos contra os homens e elaboram-se atividades que objetivam a extinção do bem, assim como a instalação do primado da força bruta no mundo. Pelo processo de sintonia, desencarnados imantam-se àqueles que lhe são afins, sempre conjugando os valores morais que os caracteriza”.
Os encarnados – em sonhos ou em desdobramentos – conseguem penetrar nessas regiões sofredoras?
Buscamos no Livro dos Espíritos, capítulo 8, a questão 402, que ilustramos a seguir: “... os espíritos dedicados ao bem, ao se libertar da vestimenta carnal vão reunir-se a outros espíritos com os quais se instruem e trabalham. Todavia, a massa de homens vai seja para regiões ou mundos inferiores onde velhas afeições os evocam”.
O Vale dos Suicidas – citado por muitos espíritas – existe realmente?
Acreditamos que sim, pois a sintonia atrai as vibrações similares que aproximam e vinculam as almas. Vive-se, portanto, em comunhão constante com aqueles aos quais nos afinamos psiquicamente.
Se nos fosse possível conhecer a extensão do nosso hoje, certamente saberíamos melhor aproveitar as oportunidades que nos são ofertadas por Deus. O Consolador prometido por Jesus veio em tempo certo, encontrando muitos já prontos para assimilar seus princípios, enquanto outros ainda à margem da estrada, insistem em manter-se ausentes dos compromissos que lhes cabem em sua oportunidade de evolução. Outros ainda, ao se aproximarem da doutrina consoladora, o fazem moldando-a a seu critério, esquecendo-se de que esta é a única que pode encarar a razão face a face, em qualquer época da humanidade. Portanto, como espíritas, cumpre-nos o dever de execução das palavras de Jesus, que nos determina “Amar a Deus sobre todas a coisas e ao próximo como a nós mesmos”, e o Espírito de Verdade nos fornece o direcionamento que é a luz, o caminho correto para nos beneficiarmos da oportunidade de sermos espíritas cristãos. “Espíritas, amai-vos, espíritas instrui-vos”; estes princípios são imprescindíveis a qualquer ação que nos leve à conquista de nossa evolução. Tornemo-nos, portanto, a ponte entre a dor e a esperança, a sombra e a luz do esclarecimento, o pão e a fome, o ódio e o amor, encurtando as distâncias entre nós e Jesus.




Abraços Fraternos

O    AUTOR

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